terça-feira, 21 de setembro de 2010

ATUALIZAÇÕES DE SETEMBRO

Vieram um pouco tarde, mas não falharam! Eu dependo de minha inspiração pra escrever, então nem sempre ela vem à tempo...

Nesse mês me inspirei numa pessoa que estou conhecendo e já a classifico como alguém que pode estar inserido em meu círculo de amizades. É alguém sensível e muito bonita em seu interior e exterior também. Escreve bem. Tem tato e muita presença de espírito. É agradável de conversar. É agradável de ver.É alguém que vale a pena conhecer. E sem dúvida tem a ver com o que escrevo em meu Blog.Sua vida ( um trecho dela) me inspirou, alguns anseios seus, dúvidas, medos e também certezas. Sua suposta fragilidade na verdade faz dele um homem forte de maneira intensa e admirável.

Seu nome? Isso eu deixo subtendido...Mas ele sabe que está aqui esse mês!

Boa leitura a todos!


FUJA DE MIM

Ruínas azuis
Entre os seus olhos
Nudez tímida
Através dos dias
Todos os caminhos te levam até
O lugar de onde você foge...



VOCÊ TEM MEDO DE MIM

 Era estranho ver aqueles olhos hesitantes, que brilhavam de desejo... Mas eu gosto de ver.Um aviso escuro e escondido no medo. Assim são seus olhos e seu olhar. Os cabelos caíam na testa, o vento  fazia mover-se como um balé negro e macabro. Ele fugia no meio da noite e de frases sempre incompletas. Eu seguia seu Rastro. Sentia seu perfume. Eu sempre sabia onde encontrá-lo, e ele a mim.

Minha casa era o templo de seus desejos hesitantes e seu esconderijo. Mas porque se esconder de mim estando em minha casa? Ele se negava do seu próprio reflexo...Rejeitava o que sentia. Da própria sombra de brilho bruxuleante.

Uma vez ele disse que não era um objtEo. Mas ele é. O objeto do que mais desejo. Ele tem medo de não ser amado por mim? 

Minha libido desenfreada aprendeu a esperar por ele. Enquanto isso, outras bocas, outros corpos me satisfazem, minha promiscuidade é a tradução do meu desespero. É ele quem quero.

O sadismo iNvade minha alma e minha intenção, sinto prazer em te ver assustado, evitando me olhar nos olhos com medo de se render . Sua beleza é realçada sempre que foge, porque evidencia o quanto também me quer. Você tem medo de mim. E de você também.

Já te disse o que todos sabem: vamos todos morrer e tudo terminará. Um vazio talvez. Quem sabe outra vida. Não sei e nem você sabe. Quanto tempo ainda vou ter que esperar até te ter na minha cama e em meus braços? Venha, venha... Renda-se... Não vê que é inútil figir? Venha pra mim, eu sei que me quer...

É questão de tempo... Vai ser excitante esperar e ver o medo contornando teu corpo, e fazendo sua alma flamejar.Vai ser gostoso te provocar mais ereções e te deixar constrangido. Vou esperar Até você vir faminto e ofegante.

Acho que não vou mais Te perseguir... Você virá, cedo ou tarde... Te esperO na minha cama...

sábado, 18 de setembro de 2010




CONSENSO ILUSÓRIO


Ele passava os dias escrevendo em seu computador. O som dos passáros e do vento o distraia por vezes. Parava para um café, enquanto olhava pela janela a amplidão verde que rondava sua casa. Quase nunca saia de casa, a menos que precisasse. Seus dias eram feitos de palavras digitadas num tela, o que lhe proporcionava intenso prazer. Ele tinha a vida que sempre quis. 

Quando o sol morria, ele também finalizava sua atividade. Tomava um longo e reflexivo banho, momento precioso para sua alma. Preparava sua refeição cantarolando músicas que ele nem sabia se existia. Sua casa silenciosa era seu templo, e lá ele tinha tudo que precisava.

Sempre depois de ver um filme, ele se recolhia. Seu corpo deslizava suave na cama, envolvendo-se em lençóis acolhedores. Sua mente entrava em repouso rápido, e logo ele adentrava em sonhos. Neles, ele  era visitado por alguém que beijava-lhe os pés. Ele tinha esse sonho recorrente sempre em dias de muita tranquilidade e muitas letras na tela.

Acordava naturalmente. Sem pressa. Levantava-se devagar, acordando cada parte do seu corpo alongando-se enquanto bocejava. Seu tempo era seu, não tinha agendas ou compromissos. Mas a solidão às vezes o assombrava. Pensava na pessoa dos seus sonhos. E no beijo em seus pés. Será que essa pessoa existia? E porque aparecia em seus sonhos com frequência? Seria uma mensagem?

O dia segue como sempre. Letras, café, música, silêncio... O entardecer é o princípio de seu ritual de descanso. Ele não era metódico, era feliz com sua rotina sem rotina. Dormir era mais que descansar, era encontrar com alguém que fazia parte de seus desejos,alguém que sempre vinha, e ele voltava à cama.

O sonho... A pessoa agora não apenas beija seus pés, mas toca seu corpo. Seus lábios, seu sexo. Envolvendo-o com mãos e lábios famintos.Ele se rende ao toque, entregando-se ao prazer daquele ser que já lhe era familiar, e que desejava ardentemente. Os olhos brilhantes ofuscaram os dele, fazendo-o despertar como de um pesadelo. O coração acelerado, o corpo suado e com ereção. A boca salivando. Arrepio na pele.E a sensação da presença de alguém que só o visita em sonhos. Ele levanta-se e percebe a janela aberta, como se alguém estivesse saído por ela. A sensação da presença agora estava se distanciando.

Ele não conseguiu voltar a dormir naquela madrugada.Viu o dia nascer e percebeu que fazia muito tempo que não presenciava aquele espetáculo de luz. Momento breve.Que não o entusiasmou. Mesmo com a beleza do dia chegando, os pensamentos dele reportava-se ao sonho recorrente, que agora ganhou novos contornos. Intensos e muito reais. Fazendo com que ele quisesse voltar a dormir. Tentou inutilmente. Seu sono era noturno.

O dia passou com lentidão e ansiedade. Quando finalmente a noite caiu, ele tentou relaxar seguindo sua rotina até o momento de dormir. Desejava voltar a sonhar. Precisava sentir de novo tudo aquilo. Queria se entregar aos prazeres daquele sonho. Queria ter aquele corpo e seus lábios. Desejava vorazmente aqueles instantes novamente. Mas seu sono não teve sonhos. E a frustração ao acordar perdurou ao longo do dia.

Após uma semana de desejos e frustrações, e com sono sem sonhos, ele parecia se conformar com o abandono. A pessoa não mais veio vê-lo. Passou a odiar o momento de dormir, amaldiçoando cada hora da madrugada. Decidiu dormir o mínimo possível. cafeína e outros estimulantes em excesso passaram a fazer parte de sua dieta, e o sono se tornou escasso. Acordava se sentindo mal, o corpo dolorido, e passou a não mais apreciar os sons da natureza e do silêncio de sua casa. Seu rosto bonito estava desfigurado pelas noites de pouco sono. A solidão tomou conta de sua alma, retirando sua paz.

Num momento de muito café e amargura, percebeu que era inútil se rebelar contra a natureza. Reduziu os estimulantes e aos poucos seu sono voltou ao normal. Noites intensas de descanso fizeram parte de seus dias, e ele parecia não mais lembrar da pessoa que o visitava  e que o abandonou. Sentia-se bem fisicamente, mas a solidão noturna ainda o afligia, porém em pequenas proporções.

Era inverno finalmente, o frio acariciava sua pele como uma massagem de mãos frenéticas. Resolveu deitar-se mais cedo e aproveitar o sono se aquecendo com roupas e cobertores, depois de um chá quente.Sentia sua alma aquecida e finalmente tinha um pouco de paz.Seu rosto não mais carregava as marcas dos excessos enquanto queria estar insône.Tudo parecia normal.

A penumbra do quarto criava formas nas paredes que recebiam frestas de luz. Observar essas formas eram como contar carneirinhos, ele logo adormecia. Mas não nessa noite. No canto do quarto, próximo a única janela, ele visualizou algo que mais parecia alguém. Olhou com mais atenção e constatou que de fato era uma pessoa. Antes de esboçar qualquer reação, ele viu essa pessoa aproximar-se, mas não andando, e sim flutuando em sua direção. Ele se assustou ao ver que era a pessoa do sonho!

Ele não conseguia falar, nem se mover, parecia paralisado. A pessoa o olhou com os mesmos olhos brilhantes.Sentou-se ao seu lado e tocou seu rosto. Ele se afastou bruscamente. A pessoa não pronunciou nenhuma palavra, mas ele entendeu que não deveria ter medo.Então seu semblante aterrorizado voltou ao normal. Ele sentiu novamente o toque em seu rosto, em seus lábios, em seu corpo. Sentiu as unhas arranhar profundamente seu pescoço, sentindo o sangue escorrer. Mesmo assim, não se assustou. A pessoa lambeu seu pescoço com urgência, fazendo-o sentir o roçar de presas em sua pele!

Nesse momento ele levantou-se e percebeu quem estava ali. E o que queria. Pôs a mão no pescoço sangrento e dolorido, inundado pelo medo. O líquido vermelho espalhava-se em sua roupa. A pele branca realçava o vermelho, deixando-o com o rosto mais bonito, mais vivo. Ele era lindo, e sangrando, sua beleza estava mais evidente. Percebeu que não adiantava fugir e parecia aceitar seu destino, porém, a pessoa levantou-se, contemplou seu rosto por um longo tempo e foi embora...

Ele permaneceu ali por muito tempo, sentindo medo, alívio, e dor. Voltou a ser visitado, apenas em sonhos...

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

 


PROIBIDO

Ruas de pensamentos pálidos
Entre dias e desejos explícitos
Nudez implícita no medo
Através de olhos tímidos e cicatrizes
Todos os anseios se vão
Onde seus desejos se encontram...