sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

FEVEREIRO VERMELHO

As atualizações desse mês eu dedico ao meu queridíssimo e sanguíneo amigo Osmar,ou MorcegOsmar,como é mais conhecido.Eu o chamo de Bat.Ele é feito do que há de melhor nos humanos,a alma.E do que há de mais fascinante dos não-vivos: o mistério..

Assim como eu,ele é amante dos Vampiros...Temática que há décadas desperta a inspiração das mais variadas em todos os cantos do planeta.E gentilmente me cedeu um de seus poemas, permitindo que eu o publicasse aqui.Um poema sem nome,do qual ele me autorizou a escolher um.E eu o fiz.

O poema a seguir foi cedido por MorcegOsmar,tendo o título escolhido por mim. Os subsequentes são de minha autoria,sempre envoltos em intensidade,sangue e músicas da banda italiana Theatres des Vampires.

Espero que façam uma boa e sanguínea leitura...

DE AMOR E DE SANGUE

 
Escrevi ouvindo "KAIN" do "THEATRES DES VAMPIRES"




A lua negra me presenteia
com uma estranha figura
lépida e esvoaçante
que projeta sua sombra
nas paredes de minha morada.
sigo-a rápidamente
com meus olhos afeitos
a penumbra da da noite
e vejo que é uma mariposa.
através do lufar de suas asas
uma doce e obscura sensação
permeia meu corpo e minha mente;
sons de uma conhecida melodia
densificam-se em meus sentidos;
as notas graves e descompassadas
me traz a recordação
da imagem pálida do teu corpo -
- uma ode ao sobrenatural!
sei que tua sede é grande,
tão grande quanto a minha,
mas aguardo o momento exato
de sentir teu chamado
e ir ao teu encontro,
protegido pelo manto
da nossa Mãe, a Escuridão.
Sairei de minha pousada,
que vela minha não-Vida e,
num breve espaço de tempo
que não pertence aos mortais,
estarei defronte a tua cripta,
onde uma lápide cinza
torna perene teu nome
num curto e singelo epitáfio -
- uma tentativa humana
de tentar eternizar aquela
que foste no passado...
Estarás me esperando
de braços abertos e,
como sempre, nossos corpos
mórbidos e gelados
se entrelaçarão num abraço
que velará nossa maldição;
nossos olhos iridescentes
penetrar-se-ão simultaneamente
até que nossos afiados caninos
perfurem nossas línguas
até sermos tocados pelo prazer
do beijo frio e renovador
a consagrar nossa não-Morte.
Ligados um ao outro
através de nossas jugulares,
uma vez mais padeceremos
o sofrimento do gozo ímpar,
intensificado e perpetuado
na troca acolhedora e indizível
de nosso negro fluído vital -
- o sangue renovador
dos nossos aguçados instintos.
Ao término de mais uma jornada,
já fartos e banqueteados
do sangue vermelho e quente
jorrado de nossas vítimas,
imersos na eternidade
que nos acolhe e tortura,
retornamos às nossas criptas
plenos, porém, insatisfeitos,
sabedores que nossa meta
culmina em amarga solidão...
E tudo isso, até quando!?

F I M
(morcegOsmar)

BRUXULEANTES

 Escrevi ouvindo "BLOOD ADICCTION" do "THEATRE DES VAMPIRES"






As luzes frias encontravam meus olhos
fazendo-os doer
toda vez que tentava desviar minha atenção
Enquanto um homem ofegante
provava meu pescoço
Ele tomava também minha imaginação
E elas brilhavam
oscilavam
Pareciam querer cair
sobre minha cabeça
e no corpo dele
enquanto me penetrava...

FOME

 Escrevi ouvindo "DUST" do "THEATRES DES VAMPIRES"





Em tantos corpos te busquei
em lábios de desejo e febre
Libido e fogo
em olhos de obsessão
incesto e insanidade...
Quantos humanos eu tive
pra não ter você?
Quantas mãos me tocaram
Pra que eu nunca te sentisse?
Onde está você no que busco?
É inútil...
É inútil...
Nada me satisfazerá
nem beijos

sangue
orgasmos
ou palavras de suposto amor...
Minha fome é de você
apenas de você...


SINTOMA



Escrevi ouvindo "ANIMA NOIR" do "THEATRE DES VAMPIRES"
Tantos dias escuros
e as noites frias me acalmam
mesmo se você não está aqui...
O frio me queima como o calor das horas de luz
de sol nefasto
de brilho vil
de cores vivas que fazem doer meus olhos...
Tenho medo do sol
e dos dias solitários...
Tenho medo de não mais te sentir queimando em meu peito...
Tenho medo...