sábado, 14 de agosto de 2010

                                                 


 O DESEJO E A MENSTRUAÇÃO


Ele sempre me dizia que achava fascinante uma mulher menstruada.Eu apenas ria e dizia que não tem tanta beleza assim, porque às vezes vem muita dor e mal estar junto. São dias que nos deixam pra baixo. Mas ele ignorava esse lado negativo.

Ele era meu amigo há muito tempo e frequentemente saíamos juntos.Nessa noite fomos ao cinema, e depois ele me levou pra sua casa conferir um DVD de uma banda de metal sinfônico que eu venerava. Já era tarde quando eu comecei a sentir cólicas.Esta prestes a menstruar. Fui ao banheiro e constatei que  já estava menstruada. Não tinha absorventes na minha bolsa, e nem na casa, e pra piorar ele morava sozinho. Lá era o lugar mais improvável do mundo pra se encontrar um absorvente. Sai do banheiro e avisei que teria que ir embora. Contei a ele o porquê. Ele adiantou-se a minha frente.

Quando fui abrir a porta, ela estava fechada. Ele estava parado ao lado, com um sorriso suspenso nos lábios.Percebi que não estava me deixando sair. De início ri, achando que se tratava apenas de um momento pueril dele,muito recorrente por sinal, mas depois a irritação me tomou.

As cólicas se intensificaram, o sangue se espalhando na minha calcinha... Que desconforto!Eu precisa de um banho e anti-espasmódico urgente. E claro, de absorventes! Pedi que ele me deixasse ir. Em vão. Ele me disse que era a chance de ver uma mulher menstruada. Corrigiu-se em seguida, dizendo que era a sua chance de me ver assim.Fiquei surpresa por sua atitude, e levantei minha saia, para que ele visse o sangue e se sentisse mal por estar sendo tão desagradável, e finalmente deixar-me ir.


Ledo engano.Mas nem isso o fez me deixar sair. Eu pedi, implorei pra que ele finalmente abrisse aquela maldita porta. Mas não fui atendida. O estresse me fez sentir mais dor. A dor me deixou  vulnerável e sensível.Cheguei a me sentar no sofá,porque a dor estava mais intensa e oscilante. Meu ventre ardia e latejava, as coxas doíam, o suor frio acompanhando os calafrios.Eu precisava de algo que aliviasse esse mal estar terrível.

Ele permaneceu parado, hipnotizado com meu sofrimento.Os olhos vidrados a contemplar o sangue já visível entre minhas coxas, exibidas por uma mini saia.Eu o olhava com ódio e súplica, precisava sair dali. Ou que ele me ajudasse. Finalmente ele me ofereceu remédio e um banho morno.Eu aceitei extremamente irritada com aquela atitude. Ele me aprisionou ali pra me ver sangrar!


Minha surpresa foi grande quando ele disse que primeiro eu tomaria um banho morno, como pedi.Só depois me daria o remédio. Eu não tinha outra escolha.Não me senti constrangida por ficar nua diante dele,mas não queria que ele permanecesse ali.Porém ele não saiu do banheiro. Parecia enfeitiçado.Quase via faíscas saindo daqueles olhos. Parei que tentar impedí-lo de continuar ali, era inútil, ele parecia em transe. Tudo que queria era me limpar e finalmente me livrar da dor. Os olhos dele brilhavam vendo o sangue escorrer entre minhas pernas.O piso claro do banheiro agora estava ligeiramente vermelho...


Ele desligou o chuveiro e ficou me olhando ali, nua, molhada, cheia de dor e calafrios.Aproximou-se devagar,tocando meu ventre com sua mão quente. Parecia até que faria a dor se dissipar.Eu ri ironicamente e disse que ele não tinha esse poder.Ele ignorou cada palavra. E logo acariciou minhas coxas, espalhando  o sangue que escorria devagar. Tocou meu sexo profundamente, deixando seus dedos melados e levando-os à sua boca. Não tinha forças pra me afastar, e ele continuava me tocando com mais e mais força, realçando a dor. Por fim parou, depois de  provar mais uma vez meu sangue.Parecia satisfeito agora. Ligou o chuveiro,  e  a água  tornou minha pele pálida mais uma vez. O piso claro ganhou novamente uma cor avermelhada...

Levou-me pra sua cama, enxugou minha pele, dando-me o alívio que tanto pedi em forma de comprimidos. Eu adormeci ali,ao lado dele, embalada por seus braços e seus lençóis azuis, sem absorventes.  A cama ganhou outra cor...















5 comentários:

  1. Adorei esse. Intenso e muito bem narrado. Add aos meus favoritos.

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  2. Uau, agnes...
    Esse texto foi realmente muito intenso...
    Um conto nojento, muitissimo bem escrito, e perpassando as sensações e sentimentos dos personagens de uma forma muito real!
    muito massa!!!
    *-*
    beijO

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  3. Intenso, e vivo, e profundo, e perigoso como o vermelho. Parabéns!

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  4. Reiffer, obrigada!

    Valeu pelo 'perigoso como o vermelho', isso foi forte e lindo!

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