quinta-feira, 7 de julho de 2011

 
 
ELE MORDEU MINHA BARRIGA

No início era só a lua
e a escuridão que o trazia aqui
Depois virou um vício
...e eu não conseguia parar
Ele deixava seu cheiro pela casa
e suas marcas na mesa da cozinha
Me fitava com olhos de fome e ânsia
e eu não queria que ele fosse embora
As horas passavam como as nuvens negras
eu ouvia sua respiração atrás da cortina
Ele era o homem que havia roubado meu coração
e sepultado minha alma
Minha cama se tornou sua casa
As janelas, as paisagens nortunas sua visão predileta
Meu corpo estava em sua bandeja
Meus lábios em todos os cantos de sua pele
Ele segurou minhas mãos
Conteve minha euforia
E ele mordeu minha barriga..
E o a dor misturou-se ao sangue
e ao suor de seus desejos
Eu o beijei inúmeras vezes
mas ele mordia minha barriga
Por toda uma noite
e em vários espaços de horas
Eu sonhava com desertos vermelhos
e aurora boreal prateada
Enquanto ele
Mordia minha barriga...

2 comentários:

  1. A repetição de "ele mordia minha barriga" dá um tom obsessivo ao poema, muito bom, mesmo! Bjos

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  2. Obrigada Reiffer! É sempre muito bom saber que você me ler...E ler o que você achou do meu poema!

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